busca confirmar favoritismo no Japão
Catalães terão de ‘trocar o chip’ logo depois de enfrentarem rival Real Madrid pelo Espanhol. Reforços e desfalques dão opção ao técnico Josep Guardiola
Se há algum diferencial desfavorável aos demais concorrentes é que o Barcelona não carrega nenhum mistério. Há ao menos três anos todo o mundo sabe como joga a equipe de Josep Guardiola. Mas isto, é claro, não faz de ninguém favorito contra aquele que é apontado o melhor time do planeta. Os catalães chegam ao Mundial de Clubes da Fifa em busca de uma segunda conquista credenciados pela ótima temporada passada. Nela, Lionel Messi, Xavi, Iniesta e companhia conquistaram três dos quatro títulos possíveis, inclusive a Liga dos Campeões sobre o Manchester United, em Wembley – a Copa do Rei escapuliu nos minutos finais da prorrogação para o rival Real Madrid. Os merengues, por sinal, são quem podem pôr uma pressão extra no Barça às vésperas da viagem ao Japão caso vençam o clássico do próximo sábado, no Santiago Bernabéu, pelo Campeonato Espanhol.
Jogadores do Barcelona posam com o troféu da Liga dos Campeões em Wembley |
A viagem para o continente asiático será logo após o superclássico que poderá deixar o time de José Mourinho, posteriormente, com nove pontos de vantagem na liderança. Em poucas horas, todo o elenco terá de trocar o chip e focar no torneio de tiro curto, com dois jogos decisivos – o último deles possivelmente diante do Santos de Neymar e Ganso, em um duelo tão aguardado quanto os confrontos com o Real Madrid durante a temporada.
Mudança tática
Mudar fora de campo, aparentemente, não será um problema para o Barcelona. Mas se há alguma fraqueza que possa ser apontada no histórico recente do time são as improvisações, principalmente na defesa. Se em casa o Barça continua dono de campanha irretocável, longe do Camp Nou viu sua invencibilidade desde abril cair para o modesto Getafe, além de se salvar de uma derrota para o Athletic Bilbao apenas no fim.
Messi e Alexis Sánchez são armas importantes do Barcelona da atual temporada |
Do confiável esquema 4-3-3, Guardiola optou por colocar mais um defensor, quase sempre o volante Mascherano, quando não contava com Puyol ou Piqué, que enfrentaram alguns problemas de lesão. O 3-4-3 deu mais liberdade, por exemplo, a Daniel Alves, que continua aparecendo com frequência no ataque, embora tenha mostrado um lado frágil nas alas, especialmente em contra-ataques. O brasileiro vê as mudanças como algo normal.
– É uma situação de procurar ter superioridade, ter mais jogo, mais posse de bola. É o estilo do Barcelona. E como a gente enfrenta alguns times que vêm muito recuados, o treinador busca ter essa superioridade para ter o maior controle do jogo. E aí sabendo que ele procura adaptar os esquemas dele de acordo com a dificuldade do jogo, do rival, mas sabendo que sempre com o mesmo objetivo e a mesma ideia que é de ter a bola, o controle do jogo. E isso tem dado certo, apesar de que às vezes durante o jogo mudamos bastante. Temos a facilidade de podermos nos adaptar bem às funções. Acho que daqui até o fim da temporada ainda vamos ver bastantes mudanças táticas – disse Daniel Alves ao GLOBOESPORTE.COM.
A última afirmação do lateral-direito faz sentido quando se olha para o elenco. Além da grave lesão de Afellay, o Barcelona não perdeu nenhum jogador. Pelo contrário. Guardiola promoveu o meia brasileiro naturalizado espanhol Thiago Alcântara e o atacante Isaac Cuenca aos profissionais e ainda contratou Cesc Fàbregas (Arsenal) e Alexis Sánchez (Udinese). Eles se juntaram aos já consagrados Xavi, Iniesta, David Villa, Pedro e Messi. Definitivamente, não faltam opções ofensivas para manter o impecável rendimento de uma escola que encanta o mundo. Mas que, como todos os outros, tem suas pequenas falhas.
Escalação provável: Valdés, Daniel Alves, Puyol, Piqué e Abidal; Busquets, Xavi e Iniesta; Pedro, Messi e Villa.
Reservas: Pinto e Olazábal; Maxwell, Adriano e Fontàs; Fàbregas, Thiago Alcântara, Mascherano, Keita e Jonathan dos Santos; Alexis Sánchez e Cuenca.
Olho neles
Nome: Thiago Alcântara
Idade: 20 anos
Local de nascimento: Bari, Itália
Altura: 1,72m Peso: 71 kg
Filho do tetracampeão brasileiro Mazinho (ex-volante de Vasco e Palmeiras), Thiago mudou-se para a Espanha na adolescência e logo encantou o Barcelona com sua qualidade acima da média para um meio-campista. Foi promovido à equipe principal nesta temporada e já conta até com convocações para a seleção principal da Espanha, o que o impossibilitou de defender o Brasil, que também não o procurou. Apesar de reserva, soma 19 partidas pelo time catalão somente em 2011/2012.
Nome: Francesc Fàbregas
Idade: 24 anos
Local de nascimento: Barcelona, Espanha
Altura: 1,79m Peso: 75 kg
Francesc, ou simplesmente Cesc, foi um dos maiores desejos do Barcelona para a atual temporada mesmo com todos sabendo que não era possível barrar os brilhantes Xavi e Iniesta. Mas Guardiola, seja com a mudança de esquema, ou com lesões de seus meio-campistas, aproveitou e muito bem a versatilidade do ex-jogador do Arsenal. Fàbregas, que curiosamente começou a carreira no Barça antes de ir para a Inglaterra, soma nove gols e cinco assistências em 18 jogos do time catalão.
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