sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Valdés exalta ‘Ronnie’, elogia ataque do Peixe e diz admirar Taffarel e Ceni

Em entrevista exclusiva no hotel do Barça no Japão, goleiro analisa final com o Santos e comenta relação com os brasileiros no clube espanhol

Victor Valdés tem uma visão privilegiada: goleiro do Barcelona, o camisa 1 vê de camarote o melhor time do mundo em ação. Neste domingo, ele estará em campo no Estádio Internacional de Yokohama para enfrentar o Santos na final do Mundial de Clubes da Fifa, título que perdeu em 2006 para o Internacional no mesmo lugar. Em entrevista exclusiva ao SporTV no hotel do time espanhol no Japão, Valdés revelou sua admiração por Taffarel e Rogério Ceni, exaltou o futebol de Ronaldinho Gaúcho e afirmou que espera problemas no “um contra um” contra o ataque do Peixe .
Atualmente, o goleiro é companheiro de Daniel Alves, Adriano e Maxwell, além de Thiago Alcântara, filho do ex-jogador Mazinho que optou defender a seleção espanhola. Mas já conviveu com muitos outros brasileiros desde sua chegada às divisões de base do Barça em 1992. Para ele, o melhor de todos foi Ronaldinho Gaúcho, responsável por “mudar a história do clube”.
A relação de Valdés com o país pentacampeão não é só dentro do elenco. O goleiro costuma assistir aos jogos do Brasileirão pela televisão e recentemente assinou um contrato de patrocínio com uma marca esportiva brasileira. Na camisa usada na entrevista, Valdés exibia o nome do Brasil e a palavra “maestria”. Sinônimo, atualmente, de Barcelona.
Confira abaixo a entrevista completa do goleiro titular do Barça ao repórter Edgar Alencar em Yokohama:


Entrevista de Victor Valdés ao SporTV no hotel
Você agora é patrocinado por uma marca brasileira. Você gosta do futebol brasileiro, acompanha o futebol brasileiro?
Victor Valdés: Sim, temos a sorte de na Espanha poder seguir o Campeonato Brasileiro sempre. São muitos jogos, às vezes ao vivo e outros a repetição. É um futebol muito vistoso, com jogadores bons, que gostam de controlar a bola, dar espetáculo. Sempre tive muitos companheiros brasileiros, desde muito jovem. Como Thiago Motta, Ronnie (Ronaldinho Gaúcho), Giovani, Rockemback...
Qual o melhor deles?
Para mim, Ronnie. Ronaldinho foi um craque em tudo. Desde o momento que chegou ao Barça, mudou a história deste clube. Nós estávamos há cinco, seis, sete anos sem ganhar nada. Chegou Ronnie e ele ajudou, sendo líder daquela equipe, a conseguir outros títulos do Espanhol, Liga dos Campeões. Para mim, foi um companheiro espetacular.
Entre Ronaldinho e Messi, quem é o melhor para você?
Diferentes. Os dois são muito bons e tiveram papéis importantes no Barça como líderes de suas etapas, dos times. São jogadores diferentes. Ronnie tinha mais umas coisas boas, Leo tem outras. Para mim, são os dois melhores do mundo que eu vi.
Falando agora sobre o Mundial de Clubes, você já viu o Santos e Neymar jogarem?
Sim. Vimos alguns jogos. Entre hoje e amanhã veremos muitos mais. Nosso técnico sempre analisa bem os rivais para poder ver como poderemos parar seu ataque e tentar atacá-los melhor.
O que você espera deste ataque do Santos?
Temos que estar muito atentos. Com a bola, são muito bons no um contra a um é importante ficar atento nisso, no um contra um contra o goleiro.
Como goleiro, você tem uma visão privilegiada do melhor time do mundo. Como funciona isso, coordenar um time tão elogiado como esse?
Há jogos em que você fica um pouco entediado porque a bola não chega (risos), mas acredito que o goleiro do Barcelona tem um papel muito importante. Ele tem que estar muito atendo para cobrir uma defesa que joga muito adiantada. Não é fácil, tem que estar concentrado os 90 minutos. Às vezes a bola só chega aos 42 do segundo tempo e você tem que defendê-la. É um papel difícil, mas sempre assumo com responsabilidade e gosto.

Entrevista de Victor Valdés ao SporTV no hotel
Você teve que evoluir o seu jogo com os pés? Pois o Barcelona toca muito a bola e ela volta para você algumas vezes.
Sim, treino muito. Nosso técnico quer que o goleiro jogue bem com os pés. Como você disse, o goleiro participa muito do jogo da equipe. É importante também que o goleiro transmita segurança aos companheiros com os pés.
Você esteve na final de 2006, quando o Barcelona perdeu para o Inter. Em 1992, também perdeu para um time brasileiro, o São Paulo. Acontece alguma coisa com o Barça quando pega time brasileiro no Japão?
(Risos) Eu espero que acabe essa série de derrotas para equipes brasileiras. Vai ser uma final muito disputada, muito difícil, pois eles também têm muita vontade de ganhar esse campeonato. É um time muito bom, não é só Neymar, há mais jogadores importantes. Como time, o Santos também joga muito bem. Temos que tentar ganhar e romper essa série de resultados ruins.
O Barcelona normalmente tem muita posse de bola, 70%, 80%. Você imagina que na final contra o Santos isso vá acontecer também?
É o que tentaremos, como sempre. É um dos segredos do time, tentar ter a bola no nosso poder e se não for assim tentaremos roubá-la o mais rápido possível do Santos.
Você já é o goleiro do melhor time do planeta, esteve na Copa do Mundo. Quando pode chegar seu momento também na seleção espanhola?
Não sei. Primeiro, tem que agradecer muito ao Vicente del Bosque por ter me levado para o Mundial, quando nunca ninguém apostava na minha carreira para ir à seleção. Somos três goleiros, há muitos que não têm chances, pois temos bons goleiros na Espanha. O segredo é seguir trabalhando, para um dia quem saber ter a oportunidade. Mas não é uma coisa que me toma muito o pensamento, sigo trabalhando todo dia e estou contente de ir à seleção, jogando ou não.
E goleiros brasileiros, há algum que você acompanha o trabalho, que você admire?
Bom, Taffarel sempre foi uma referência para todos os goleiros. Em nível internacional sempre foi um goleiro que refletia valores muito positivos para todos nós quando éramos jovens. Rogério Ceni também é uma referência, por tudo que fez em sua carreira e por essa coisa tão diferente que é marcar gols. Fico com esses dois, mas acho que há muitos outros goleiros brasileiros que demonstraram ser bons.
Chegou a ter chance de conversar com David Villa após a fratura?
Tivemos pouco tempo, não pude vê-lo, pois já havia viajado para Barcelona. Pelo telefone, mandei mensagens de ânimo, que se recupere logo. Foi uma lesão negativa para ele e para o time, esperamos que se recupere rápido.

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